20.8.11

Amando: Na Mordernidade ou no século Passado?



A idéia de que precisamos achar nossa cara metade, a metade da laranja para sermos felizes, pertence ao século passado, nasceu no romantismo. A palavra romantismo designa uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar a realidade. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, por uma atitude emotiva diante das coisas.
Quem só tem “uma parte” coloca no outro um peso muito grande de se encaixar perfeitamente para fazê-lo feliz. Uma expectativa sem sentido, pois só eu sei exatamente quem eu sou e o que realmente me faz bem.
Pessoas que estão sós e que ainda sonham com o amor romântico e buscam parceiros para completá-las, não vivem bem.

Pois se angustiam e se vitimizam acreditando que, para serem felizes, precisam de alguém, desta forma tendem a ficar sem brilho, pois estão infelizes e aí sim o ciclo se completa. Estou só e infeliz e infeliz por estar só.

A “dor de amor” também é uma expressão ultrapassada, vem da frustração, do apego, da mágoa, que são incompatíveis a este sentimento tão nobre.

É claro que quando amamos, nossas inseguranças, medos, orgulho, posse, que são características humanas não trabalhadas, se confundem com as nossas necessidades.

O avanço tecnológico chegou no início deste milênio, e com ele as relações afetivas passam por grandes transformações trazendo um novo conceito do amor.

As pessoas buscam relações onde a individualidade, o respeito, o prazer da parceria, a alegria são preservadas.
Prezar pela individualidade não é ser egoísta. O egoísmo é alimentado pela energia do outro, o individualismo pela liberdade.

Ninguém traz felicidade para ninguém, sou feliz independente do outro e estar bem comigo só me sintoniza a pessoas que estejam da mesma forma resultando em relações mais saudáveis e felizes.

Em outras palavras, o individuo que vive bem com ele mesmo, vive boas relações afetivas.

Na modernidade, o individuo precisa de mais tempo para si próprio e com isto é necessário aprender a viver mais tempo consigo mesmo e o companheiro passa a ser uma boa parceria em momentos específicos.

É importante conceder, mas o exagero, também, não é nada saudável, e este tipo de relação nos leva a relacionamentos mais saudáveis.

O Amor moderno surpreende, silencia quando precisa aquietar o coração, dá espaço, acolhe , reconhece e liberta.
O amor só é nosso aliado se existir verdade, transparência em nosso coração e atitudes conosco e com o outro.
Fica aqui o convite para pensarmos onde queremos nos colocar, para buscarmos nossa felicidade.

Silvia Ligabue
Psicoterapeuta e Coaching em Bem estar
descasadosessolteiros@gmail.com
11 2865-4845/ 6460-2098

19.4.11

Amor e a capacidade de estar só

Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim,
tremendamente feliz. Então, você pode amar.

Então, seu amor não é mais uma necessidade, mas um compartilhar, não
mais é uma carência. Você não se tornará dependente das pessoas que
você ama. Você compartilhará – e compartilhar é bonito. Mas o que
comumente acontece no mundo é: você não tem amor, a pessoa que você
pensa que ama não tem nenhum amor em seu ser também, e ambas clamam
pelo amor do outro.

Dois mendigos mendigando entre si. Como resultado, as brigas, o
conflito, a contínua rixa entre os amantes – a respeito de coisas
triviais, coisas imateriais, coisas estúpidas! Mas continua-se
brigando. O conflito básico surge porque o marido acha que não está
recebendo o que tem direito de receber, a mulher acha que não está
recebendo o que tem direito de receber. A mulher acha que foi enganada
e o marido também acha que foi enganado. Onde está o amor? Ninguém
está preocupado em dar, todo mundo quer receber. E quando todo mundo
está atrás de receber, ninguém recebe. E todo mundo se sente
perturbado, vazio, tenso. A fundação básica está faltando, e você
começa a construir o templo sem a fundação. Ele irá cair, desabar a
qualquer momento. E você sabe quantas vezes seu amor ruiu. E, ainda
assim, você prossegue fazendo a mesma coisa repetidamente. Você vive
em tal grau de inconsciência!

Você não vê o que você tem feito à sua vida e à vida das outras
pessoas. Você continua, como um robô, repetindo o velho padrão,
sabendo perfeitamente bem que você já fez isso antes. E você sabe qual
tem sido, sempre, o resultado. E lá no fundo você também está ciente
de que vai acontecer o mesmo novamente – porque não há nenhuma
diferença. Você está se preparando para a mesma conclusão, o mesmo
colapso.

Se há algo que você deve aprender do fracasso do amor, é: torne-se
mais consciente, mais meditativo. E por meditação eu quero dizer a
capacidade de estar alegre sozinho. Muito raras pessoas são capazes de
estarem felizes sem absolutamente nenhuma razão – simplesmente
sentar-se em silêncio e completa felicidade! Os outros acharão essas
pessoas loucas, porque a idéia de felicidade é que ela tem que vir de
alguém. Você encontra uma linda mulher e você fica feliz, ou você
encontra um homem belo e você fica feliz. Sentar-se em silêncio em seu
quarto e feliz?! Feliz desse jeito!? Você deve estar louco! As pessoas
vão suspeitar que você está usando alguma droga, que você está
chapado. Sim, a meditação é o LSD definitivo. Ela está liberando seus
poderes psicodélicos. Está liberando seu próprio esplendor
aprisionado. E você se torna tão alegre, surge uma tal celebração em
seu ser, que você não necessita de nenhum relacionamento. Você pode se
relacionar com as pessoas.... E esta é a diferença entre relacionar-se
e relacionamento: relacionamento é uma coisa: você se apega a ele;
relacionar-se é um fluxo, um movimento, um processo. Você encontra uma
pessoa, e você ama, porque você tem muito amor disponível.

Osho, The Dhammapada, V6, # 4